quinta-feira, março 09, 2006


Quando me despes com os olhos fico cheia de frio, porque não me vestes, nem me aqueces... E arrefeço-me... sem a mais pequena faísca...
Se tens medo do fogo, não brinques com fósforos!
Acendo um cigarro no teu lume ténue. Fazes-me labirintos de fumo para eu encontrar a saída. Divirto-me nos teus enleios, fazes-me nervos-pequeninos que fazem rir nos intervalos das inércias...
Rodopio e torno a rodopiar com ânsias de lua-cheia, uivas para mim mas sempre ao longe! Como uma serenata quase inaudível.
Despida de pré-conceitos corro à velocidade da luz pela via láctea, donde só vislumbras o rasto dos meus cabelos. Ficas a olhar, só a olhar...
Estende a tua mão enorme e puxa-me para ti, cola a tua pele na minha a ver se ainda consigo respirar!
Não sabes como parar-me, pois não? Já sabia! Por isso deixo sempre o rasto dos meus cabelos a indicar-te o caminho do meu corpo. Se fores vento consegues! Mas precisas de ter ganas de ser relâmpago. Para te cruzares no meu caminho e explodirmos ensemble a multiplicar estrelas!
Não me faças mais frio nem me exponhas às correntes de ar...
Aviso-te! Se tens medo do fogo, não brinques com fósforos!


23 De Fevereiro 2006
(S-uave L-ua e B-rasas. Despida no Cosmos.)

Sem comentários: