terça-feira, março 28, 2006



Não vás mais longe! Não fiques tão perto. As bolas escorriam pelos buracos como a cerveja nas goelas. Seca, como uma pancada estava a garganta. Mais uma cerveja que escorrega. Arroto leve com bolhinhas que saem pelo nariz.
Manter um ar sério e comprometido com o resto do mundo. Afagam-se solidões adiadas numa garrafa de cerveja. Que parece ser o antídoto para aturar todos os tédios da vida, todas as más escolhas ou as esperas.
A sobriedade põe a nu os nossos sentimentos mais primários vindos dos medos e das correspondências a que temos que seriamente corresponder.
Não vás mais longe, por um golo de cerveja.
Aqui e agora é que se afogam papões. Bela tacada, grande golo. Grande arroto! Bom proveito! Toma proveito do que tens e não tenhas a pretensão de que a cerveja será melhor num outro copo.
Moeda ao ar! Cara ou coroa e vem mais uma para a mesa. Um longo golo para matar a sede e esfriar o corpo por dentro, como uma cascata... Garrafas e mais garrafas para iluminar os sonhos. A rua é toda minha despida de gente. Percorro-a de um lado ao outro como um topógrafo para sabê-la minha. E rumo a mais uma fechadura a que chamo casa.


23 De Fevereiro 2006
(S-oube-me L-eve, B-ebi-a. Mais uma.)

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