quinta-feira, fevereiro 23, 2006


É real tudo aquilo que se sente, pois a realidade não tem tempo.
Há luz, há muita luz que nós muitas vezes não percepcionamos escondidos no nosso corpo-matéria.
A luz trespassa-me os ossos e não consigo agarrá-la, porque tenho a ilusão de não ter tempo.
Os dias e as noites correm velozes e temos muitos desafios pela frente. Muitos dos muros somos nós que os colocamos na frente dos nossos olhos e assim, naturalmente não conseguimos ver a luz!
Quando os transpomos sentimos que temos outra vez mais forças para o caminho, mas ainda não conseguimos vislumbrar o fim da estrada.
Não sabemos ainda bem quem somos e por isso tropeçamos nos nossos próprios atacadores.
Para quando a paz?
Para quando os risos infinitos?
Cruzamos os outros seres com pressa.
Urge chegar a qualquer lugar que ainda não sabemos muito bem onde é e não temos o mapa...
Podíamos ser mais mas não sabemos como.
Tudo o que sentimos é real. Apenas temos de regular os filtros. Focar as objectivas, os objectivos.
Caminhar sem medo e sem pressas, pois não há nada que realmente nos possa impedir a não ser a nossa própria vontade em nivelar os gestos, que o mundo nos impõe tão escrupulosamente numa coreografia de convenções que não existem na realidade senão nos labirintos das nossas cabeças e nos nossos medos.
Gosto de pensar que sou diferente (o que na verdade é legítimo pois cada ser é único...) mas no fundo ainda estou em pé de igualdade com todos os outros pois também eu tenho o meu caminho a percorrer e a desbravar e isso torna-me igual aos outros...
Cada um no seu tempo e no seu caminho, temos missões e tarefas a cumprir.
É preciso fazer dessa condição um prazer de aprender e viver para algo mais.
Tudo o que existe é real, mesmo que nos pareça abstracto.


21 De Janeiro 2006
(Ecos de realidade)

Sem comentários: